Bragança

Sinais apontam para ‘divórcio’ entre Isabel Ferreira e o número dois da lista à Câmara

Publicado por AGR/GL em Qui, 10/16/2025 - 10:07

Os sinais foram sendo percetíveis ainda durante a campanha mas ficaram evidentes nos últimos dias. Nuno Moreno, número dois da lista de Isabel Ferreira à Câmara de Bragança, já nem esteve presente nos últimos dias da campanha e apagou mesmo as publicações no Facebook (uma das armas da candidatura).
No entanto, esteve presente no domingo à noite nos festejos junto à sede da candidatura, na Praça da Sé.
Nessa noite, Isabel Ferreira escusou-se a responder a perguntas do Mensageiro sobre a questão.
Ao que o Mensageiro apurou junto de fonte do partido, o desentendimento entre Nuno Moreno e Isabel Ferreira terá tido origem no facto de o número dois da lista ter tirado férias durante o período de pré-campanha, contrariando as indicações da candidata aos seus companheiros de projeto.
A participação de Nuno Moreno na campanha foi, por isso, sendo cada vez mais residual até se notar a ausência no último dia, estranhada por vários dos elementos da campanha.
Mas Nuno Moreno foi eleito e é o legítimo ‘dono’ do seu mandato. Ou seja, só não tomará posse como vereador se assim for o seu desejo.
Questionado pelo Mensageiro sobre se aceitará o cargo, Nuno Moreno, que já foi vereador de Carlos Guerra no mandato de 2017-2021, foi avisando que as “pressões” sobre a sua decisão podem ser contraproducentes. “Durante este intervalo de tempo, que medeia entre o apuramento definitivo e o limite para a tomada de posse, é meu dever, e correspetivo Direito, pessoal e inalienável, refletir ponderadamente sobre as opções a tomar relativamente ao meu futuro exercício de funções”. “As decisões que se apresentam, seja a eventual aceitação do cargo de Vereador, na modalidade em que o for, ou a consideração de outras responsabilidades públicas que possam surgir, ou já existentes, exigem serenidade, responsabilidade e uma análise cuidada, que deve ser feita de modo independente e livre de pressões externas. As insistências e eventuais pressões, seja da comunicação social ou de outros atores políticos, ainda que compreensíveis pelo interesse público que o momento suscita, não devem interferir neste processo de reflexão pessoal e institucional”, escreve Nuno Moreno, num comunicado enviado ao Mensageiro.
“A decisão sobre o meu futuro – seja no exercício do mandato de Vereador, e na modalidade em que o for, ou noutras funções – será tomada no tempo, legal, e politicamente devido, com a mesma responsabilidade e seriedade com que encaro o serviço à nossa comunidade”, sublinha.
Entre as opções está a possibilidade de ser, por exemplo, vereador independente, sem a confiança política do PS (e de Isabel Ferreira).

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