Enfermeiros aguardam há sete anos integração na carreira de especialista

Há cerca de sete anos que mais de 40 enfermeiros da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE), com título de Especialista, aguardam a integração na carreira, motivo que os levou a organizar uma conferência de imprensa, em frente ao Hospital de Bragança, hoje, para alertar para os seus problemas. “Desde 2019 que andamos nesta circunstância e que tem a ver com 40 enfermeiros porque na altura da transição da carreira de enfermagem não transitaram automaticamente para a categoria apesar de terem o título de enfermeiros especialistas. Não transitaram porque esta ULS, sabe-se lá porquê não tratou do assunto como as outras. É aqui que temos mais enfermeiros especialistas que desde 2019 aguardam a transição”, referiu Alfredo Gomes, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Ainda em análise esteve a situação relacionado com o serviço de Psiquiatria e Oncologia “porque ainda está em vigor um artigo do decreto-lei da carreira de 1998 que prevê que estes enfermeiros, porque são situações mais penosas tenham alguns benefícios em termos de horário e de dias de férias. Ou seja, mais três dias de férias por cada ano de serviço e uma redução de uma hora no horário de trabalho semanal”, denunciou Alfredo Gomes.
Para o sindicalista trata-se de “uma discriminação dos contratos individuais de trabalho porque não lhes foram concedidos”.
Alfredo Gomes diz que a ULSNE “não diz nada, mas que não fez a transição por falta de vontade política para o fazer”
Elisabete Barreira, dirigente sindical do SEP, enfermeira especialista em enfermagem médico-cirúrgica que já conseguiu ver a sua especialidade reconhecida, conta que a situação “gera um ambiente de crispação porque fazem o mesmo trabalho especializado, mas ganham menos e não são reconhecidos”.
Cada enfermeiro que não integrou a carreira de especialista também ganha menos. “O impacto é no mínimo 150 euros no ordenado mínimo mensal, desde 2019, e impacto na progressão na carreira”, afirmou Alfredo Gomes.
Na próxima sexta-feira os enfermeiros vão concentra-se em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, nomeadamente vários que se deslocarão de Bragança para apresentar as reivindicações e têm um dia de greve agendado.