Mirandela

Familiares das vítimas do incêndio no lar “Bom Samaritano” desesperam por respostas

Publicado por Fernando Pires em Qui, 10/09/2025 - 09:53

Quase dois meses depois do trágico incêndio que deflagrou no Lar “Bom Samaritano”, em Mirandela, ter ceifado a vida a sete utentes, as famílias continuam sem respostas sobre as causas que levaram a este desfecho. Aguardam os resultados dos inquéritos abertos pelo Ministério Público (MP) e pelo Instituto de Segurança Social (ISS) para se apurar responsabilidades e proceder ao pagamento das indemnizações.
Entretanto, o Lar ainda não sofreu qualquer intervenção. A empreitada para as obras de requalificação do edifício já está em concurso, mas não deverá ficar pronto antes do final do ano para poderem regressar os mais de 80 utentes que estão espalhados por diversos lares da região.
Na madrugada, do dia 16 de agosto, seis idosos - cinco mulheres e um homem, com idades entre os 75 e os 95 anos - todos utentes do Lar “Bom Samaritano”, da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela (SCMM), perderam a vida, vítimas de um incêndio que deflagrou num dos quartos daquela Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, que albergava 89 utentes. Quatro dias depois, o número de vítimas mortais aumentou para sete. Uma utente de 84 anos não resistiu aos ferimentos.
“É uma enorme tragédia que nos deixa a todos de rastos”, disse, na altura ao Mensageiro, o Provedor que lidera aquela instituição há mais de 11 anos. Adérito Gomes chegou a adiantar que a causa do incêndio poderia ter sido “um curto-circuito num colchão anti-escaras”.
Um vizinho do lar onde ocorreu a tragédia, que foi o primeiro a prestar auxílio, afirmou que os sensores de incêndio “não funcionaram, porque ninguém ouviu soar qualquer alarme”, contou Paulo Pereira que começou por tentar combater as chamas com recurso aos extintores. “Tentei utilizar três, mas só um é que funcionou e de seguida retirei três idosos”, acrescentou.
Na altura, o provedor confirmou que o alarme “não soou” com base na informação transmitida pelas funcionárias, e garantiu que os extintores do local estavam a funcionar e foram carregados nos prazos previstos e obrigatórios.

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