Bragança

Casal acusado de três homicídios violentos começou a ser julgado

Publicado por Glória Lopes em Seg, 09/08/2025 - 13:59

Começou a ser julgado esta segunda-feira, no Tribunal de Bragança, o casal Nélida Guerreiro e Sidney Martins, acusado pela prática, em coautoria e em concurso real, de dois crimes de homicídio qualificado, dois crimes de profanação de cadáver, na forma tentada, um crime de incêndio e um crime de furto qualificado na forma tentada que ocorreram em Bragança em julho de 2022. As vítimas são uma família, nomeadamente a mãe, pai e o filho, que terão sido assassinados na casa onde viviam, na zona de Donai. Ao arguido foi ainda imputada a prática, em concurso efetivo, de mais um crime de homicídio qualificado e de um crime de ofensa à integridade física qualificada.
Segundo a acusação na noite de 9 de julho de 2022 na sequência de um plano previamente elaborado pelos dois arguidos, com vista a subtrair o produto estupefaciente e dinheiro ou outros valores existentes na casada família, o arguido, Sidney, sabendo que a vítima mais nova ali não se encontrava, “introduziu-se no interior do logradouro da residência onde vivia esta vítima juntamente com os pais, sita numa das freguesias do município de Bragança, e ao ser surpreendido pela mãe desta vítima, fazendo uso de facas o arguido desferiu-lhe dez golpes que a atingiram, para além do mais, na face, pescoço, tórax e abdómen, provocando-lhe diversas lesões que lhe causaram a morte”.
Alertado pelos gritos da esposa, de 66 anos de idade, o marido, com 69 anos, pai da vítima mais nova, encontrando-se no interior da residência, abriu a janela do quarto, e nesse momento o arguido desferiu-lhe pelo menos um golpe com uma faca que o atingiu na face e, fazendo uso da força, desferiu-lhe com o punho uma pancada no braço, abandonando de imediato o local.
A acusação relata ainda que “com vista a eliminarem quaisquer testemunhas ou provas do homicídio perpetrado no dia 9 de julho, e bem assim se apropriarem de produtos estupefacientes ou dinheiro das vítimas, na noite de 19 de julho de 2022, o arguido introduziu-se no interior da residência da vítima mais nova e dirigiu-se ao quarto deste onde já se encontrava a arguida, e conjuntamente e sempre em conjunção de esforços e intenções, e munidos de facas os arguidos desferiram 17 golpes de faca no corpo da vítima mais nova, que o atingiram, para além do mais, na cabeça, face, pescoço, tórax e região lombar provocando-lhe diversas lesões que lhe causaram a morte”.
Em ato contínuo, refere o Ministério Público, “os arguidos empunhando as referidas facas dirigiram-se ao pai da vítima mais nova que alertado pelos ruídos do sucedido acordou e deambulava pelo corredor tentado sair da habitação, e desferiram-lhe 24 golpes de faca que o atingiram, para além do mais, na face, tórax e pescoço provocando-lhe diversas lesões que lhe causaram a morte.
De seguida, com o propósito de ocultarem as provas e de se desfazerem dos dois corpos os arguidos atearam fogo a dois quartos da referida habitação.
O Ministério Público considerou indiciado que Nélida mantinha uma relação amorosa com a vítima mais nova, que se dedicava à venda e/ou cedência de produto estupefaciente), não obstante viver em união de facto com o arguido numa habitação sita em Bragança.
Os arguidos estão atualmente a cumprir penas de prisão, de nove anos, em estabelecimentos prisionais de Faro, por decisão do acórdão relacionado com o processo dos assaltos à mão armada no Algarve.
Ambos os arguidos eram consumidores de produtos estupefacientes.

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