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Eleições autárquicas em Bragança - (5) A alternância pouco conseguida

Iniciadas em Dezembro de 1976, as eleições autárquicas trouxeram pouca alternância nos partidos detentores do poder, tanto no Distrito como no Concelho de Bragança, ao longo dos últimos 49 anos. Estando a capital do distrito neste concelho, analisamos os resultados aqui verificados.
Ao longo destes 49 anos, apenas quatro partidos apareceram e não desapareceram: PSD, PS, CDS e PCP-PEV. Também foram os únicos que apresentaram candidaturas em todas as 13 eleições já realizadas. Mas só os três primeiros detiveram a presidência, ainda que em momentos diferentes.
Nunca houve qualquer candidatura feminina à presidência da Câmara Municipal. Apenas por duas vezes à Assembleia Municipal (1982, Tábita Soares, CDS) e Cristina Ribeiro (2021, PSD).
O CDS quase «morreu» em 1989 passando a partido insignificante. E o PS só surgiu como poder em 1989 para o perder em finais de 1997.
Os presidentes de Câmara representaram: o PSD (1976-1982 e 1998-2025), o CDS (1982-1989), ainda que José Luís Pinheiro em 1985-1989 tenha sido eleito em 1985 como independente; e o PS, de 1990 a 1997.
Adão José Fonseca e Silva (PSD), em 1990-1993, foi o único Presidente da Assembleia Municipal não eleito pelo partido vencedor para a Câmara Municipal (PS).
O PSD é claramente o campeão das votações com a média de 47,24%, ao longo destes 49 anos. O PS, com 27%; o CDS, com 12%, e o PCP-PEV, com 4%, seguem-no.
A maior vitória do PSD ocorreu em 2017, com 63,31% e a maior derrota em 1985, com 24,1%. A maior vitória do PS ocorreu em 1993, com 54,3%, e a maior derrota em 1985, com 12,7%. .
O PSD venceu nove eleições (1976, 1979, 1997, 2001, 2005, 2009, 2013, 2017 e 2021); o CDS, duas (1982 e 1985); e o PS, duas (1989 e 1993). O PCP chegou a obter 8,2% (1982) de votos para se vir a situar em 2,5%.
Registe-se uma candidatura independente, em 2009 e em 2013 (só foram permitidas a partir de 2001), a do Movimento de Cidadãos Eleitores «Movimento Sempre Presente XIII», que obteve, em ambas as eleições, 17,4% dos votos.
Houve uma candidatura «free-lancer», do PRD, em 1985, que obteve 24,1% dos votos. Desapareceu depois como Partido.
O BE apareceu no Concelho em 2005 e a sua influência manteve-se sempre abaixo dos 3%. O Chega apareceu em 2021 e colheu 6,2% dos votos.
As percentagens que temos vindo a referir respeitam à Câmara Municipal. Sobretudo os pequenos partidos oscilam muito entre os votos para a Câmara e para a Assembleia, com mais votos para esta.
O número de eleitores subiu de 23.195 em 1976 para 36.715 em 2009, decrescendo desde então para os 35.037 actuais.
No QUADRO I , que anexamos, subtraímos os votos nulos e os votos em branco ao número de votantes, considerando este resultado os votos úteis uma vez que os votos em branco não relevam para as percentagens finais. São inúteis.

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4054

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